domingo, 8 de maio de 2011

A Educação e as novas tecnologias

A Educação Frente às Novas Tecnologias: Perspectivas e Desafios
 
                                                                                          Autor: Márcio Balbino Cavalcante

Texto retirado do site: http://www.profala.com/arteducesp149.htm

Estamos diante de um novo século, com uma nova sociedade, a sociedade da informação, com novo formato de receber e transmitir informação, e de uma busca interminável de conhecimento. As pessoas hoje em dia, têm acesso ao mundo e as suas tradições culturais, com muita mais eficácia e rapidez que ontem. Com a explosão da computação e, conseqüentemente da internet, passou-se a considerar que disponibilizar informação em uma página da Internet seria um processo educativo contínuo e a formação da língua escrita dessa pessoa, estaria sendo realmente transmitida, de forma correta. Será mesmo? E qual seriam realmente as vantagens e desvantagens dessa interferência digital em nossos dias? As recordações da Educação nos dizem que, educar não é adestrar, nem governar informações para um indivíduo e sim servir como mediador desse processo.

Este artigo de cunho teórico pretende apresentar alguns indicativos e idéias que possam orientar a otimização dessa apropriação por estudantes de educação do nível Básico e superior de uma forma geral. Essa nova, denominada Sociedade do Conhecimento, não pode exonerar a educação formal que se sistematiza na instituição escolar, ainda que, crianças, adolescentes, jovens e adultos, sejam bombardeadas por informações diariamente com uma velocidade cada vez maior pelos mais diferentes meios de comunicação, como a televisão, os rádios, internet. Relata Moacir Gadotti (2002), pelo avanço das novas linguagens tecnologias, precisam ser selecionadas, avaliadas, compiladas e processadas para que se transformem em conhecimento válido, relevante e necessário para o crescimento do homem como ser humano em um mundo alto sustentável. Segundo Pierre Lévy (2000), as tecnologias intelectuais, assim chamadas por não serem simples instrumentos, mas por influírem no processo cognitivo do indivíduo, vão ser os parâmetros utilizados nessa busca de compreensão da estrutura caótica social.

Essas tecnologias sempre estiveram presentes na sociedade e, de certa forma, influenciam na percepção e conceitualização do mundo. É notório dizer que, a presença das novas tecnologias nas mais diversas esferas da sociedade contemporânea, é imprescindível, orientar os docentes para uso das novas tecnologias de comunicação e de informação, como tecnologias interativas em projetos políticos pedagógicos, tanto no seu desenvolvimento contínuo, quanto na sua prática em sala de aula, se faz imprescindível. Essa urgência se deve, não apenas, no sentido de preparar as pessoas para usufruí-las, mas especialmente, para prepará-los como leitores críticos e escritores conscientes das mídias que servem de suporte a essas novas tecnologias de informação. Não basta ao cidadão, hoje, só aprender a ler e escrever textos na linguagem verbal. É necessário que ele aprenda a ler e as diversas linguagens, e as suas representações que são usadas nas mais diversas áreas da revolução tecnológicas decodificadas como o computador, os programas multimídias de computação, as Nets redes (sistemas http// e www), os códigos de barras, etc.


A segunda é a Tecnologia de Informação designa toda forma de determinar, gravar, armazenar, processar e reproduzir as informações. Como exemplos de suportes de armazenamento de informações são: o papel, os arquivos, os catálogo, os HD’s dos computadores, os CD’s, DVD’s ou agora, os PEN DRIVES, os MP3, MP4, etc. Dispositivos que permitem o seu processamento, são os computadores e os robôs, e exemplos de aparelhos que possibilitam a sua reprodução são a máquina de fotocopiar, o retroprojetor, o projetor de slides (data show).

As novas tecnologias de informação e de comunicação, usadas na comunicação social, estão cada vez mais interativas, pois permitem a troca de dados dos seus usuários com recursos que lhes permitem alternativas e aberturas das mais diferentes, os programas de multimídia, como o vídeo interativo, a Internet e o Telecongresso. São essas novas tecnologia que permitem a preparação e manipulação contígua de teores específicos por parte do professor/aluno (emissor) e do aluno/professor (receptor), codificando-os, decodificando-os, recodificando-os conforme as suas realidades, as suas histórias de vida e a tradições em que vivem; permitindo um entendimento mais eficaz, alternando os papéis de emissor e receptor, como co-protagonistas e contribuintes da ação cognitiva. Nos dias de hoje, os diferentes usos dessas mídias (tecnologias) se confundem e passam a ser característicos das Tecnologias de Informação e de Comunicação, que mudam os padrões de trabalho, do lazer, da educação, do tempo, da saúde e da indústria e criam, assim, uma nova sociedade, novas atmosferas de trabalho, novos ambientes de aprendizagem. Criando-se um novo tipo de aluno que necessita de um novo tipo de professor. Um professor ligado e compromissado com o que esta acontecendo ao seu redor. Tecnologias colaborativas são as que consentem à otimização do trabalho em equipe.

Explicitando, as novas tecnologias de informação e de comunicação podem ser utilizadas para se alcançar objetivos individuais isoladamente. Assim, quando um professor pesquisa certo assunto, em bases de dados da Internet e, ao descobrir documentos importantes, guarda-os para seu uso particular em sua biblioteca virtual individual (CD-Rom, disquetes ou no disco rígido do seu computador), os seus objetivos individuais não estão sendo admirados. Se, por outro lado, comunica a existência desses textos a outros professores que estão trabalhando com ele (de forma interdisciplinar) em um projeto comum, propondo uma discussão conjunta através dos serviços da própria Internet (e-mail, teleconferência), essa tecnologia se reveste de uma característica que otimiza a colaboração, daí ser então denominada de tecnologia colaborativa.

Lecionar e Aprender na era tecnológica

Trabalhar com as tecnologias (novas ou não) de forma interativa nas salas de aula requer: a responsabilidade de aperfeiçoar as compreensões de alunos sobre o mundo natural e cultural em que vivem. Faz-se, indispensável o desenvolvimento contínuo de intercâmbios cumulativos desses alunos com dados e informações sobre o mundo e a história de sua natureza, de sua cultura, posicionando-se e expressando-se, de modo significativo, com os elementos observados, elaborados que serão melhor avaliados. Ao se trabalhar, adequadamente, com essas novas tecnologias, Kenski constata-se que:

“a aprendizagem pode se dar com o envolvimento integral do indivíduo, isto é, do emocional, do racional, do seu imaginário, do intuitivo, do sensorial em interação, a partir de desafios, da exploração de possibilidades, do assumir de responsabilidades, do criar e do refletir juntos.” (KENSKI,1996).

Esta é a parte visível da introdução de novas tecnologias na educação. A estrutura das salas de aula deverá mudar como já mudaram em algumas instituições de ensino no Brasil e estão mudando em muitas regiões do mundo. A implantação (mudança) se inicia e continua com a criação de certa infra-estrutura tecnológica e de um programa de utilização em que os professores sejam treinados operacionalmente, capacitados metodologicamente e filosoficamente para a utilização dessas novas tecnologias na sua prática pedagógica.


O papel dos professores tem que mudar também, e os cursos superiores precisam preparar esses novos docentes para não perderem o controle das tecnologias digitais que são requeridas ou se dispõem a usar em suas salas de aulas. Os professores precisam aprender a manusear as novas tecnologias e ajudar os alunos a, e eles também, aprenderem como manipulá-las e não se permitirem serem manipulados por elas. Mas para tanto, precisam usá-las para educar, saber de sua existência, aproximar-se das mesmas, familiarizar-se com elas, apoderar-se de suas potencialidades, e dominar sua eficiência e seu uso, criando novos saberes e novos usos, para poderem estar, no domínio das mesmas e poderem orientar seus alunos a “lerem” e “escreverem” com elas. Os professores não devem substituir as “velhas tecnologias” pelas “novas tecnologias”, devem, antes de tudo, se adequar das novas para aquilo que elas são únicas e resgatar os usos das velhas em organização com as novas, isto é, usar cada uma naquilo que ela tem de peculiar e, portanto, melhor do que a outra. O uso e influência das novas tecnologias devem servir ao docente não só em relação à sua atividade de ensino, mas também na sua atividade de pesquisa continuada. E a pesquisa com as novas tecnologias tem características diferentes que estão diretamente ligadas à procura da constante informação.

Os docentes devem construir e trabalhar em conjunto com seus alunos não só para ajudá-los a aumentar capacidade, métodos, táticas para coletar e selecionar elementos, mas, especialmente, para ajudá-los a desenvolverem conceitos. Considerações que serão o alicerce para a edificação de seus novos conhecimentos. Como descrever Gadotti, o professor “deixará de ser um lecionador para ser um organizador do conhecimento e da aprendizagem (...) um mediador do conhecimento, um aprendiz permanente, um construtor de sentidos, um cooperador, e sobretudo, um organizador de aprendizagem” (Gadotti, 2002). Para finalizar estas idéias, não podemos deixar de destacar a importância de se repensar os métodos docente a partir de uma maior valorização da metodologia de interação e colaboração mutua que devem estar presentes proporcionalmente na educação à distância quanto na educação presencial, escolha metodológica tão discutida hoje em dia e que vem sendo exercitada por profissionais das áreas mais variadas da educação. É muito inquietante como os professores estão se afastando dessas práticas alternativas, apresentando, com isso, muita oposição e resistência.

A educação precisa repensar seus métodos curriculares e preparar seus docentes tanto para se apropriarem das novas tecnologias de informação e comunicação quanto para a prática da educação a distância que se vê viabilizada. Os Cursos de Educação à Distancia são exemplos desta iniciativa. Também o Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação à Distância - SEED, estão apoiando com seus vários “sistemas de formação de professores” que envolve o ensino a distância por seus diversos programas por essas novas tecnologias digitais, tais como o Pró-infantil, Pró-formação, Pró-licenciatura, Pró-letramento, Atendimento Educacional Especializado e tantos outros.

Considerações Preliminares

Os professores precisam sempre estar reciclando seus conhecimentos e só depois eles poderão ter a competência para escolher se querem ou não usá-las, se quer ou não praticá-las na educação a distância ou não. O que não é mais aceitável é que se faça resistência a umas e/ou a outra tecnologia, seja ela, de comunicação ou de informação, por insegurança ou falta de proficiência. Portanto, os professores, educadores e docentes de ensino superior, precisam estar profissionalmente qualificados e, hoje, não se pode falar em qualificação sem assimilação das novas tecnologias. Ao usar essas novas tecnologias, é fundamental que ele não se deixe usar por elas. É primordial que os professores se ajustem, deste modo, às diferentes tecnologias de informação e de comunicação.

Por fim, considero que, os processos de construção de conhecimento sobre a forma de aprendizagem de alunos e professores são fenômenos que necessitam ser mais estudados por ambos, mais, principalmente pelos professores que devem estar em uma constante busca de conhecimentos, de novas tecnologias. Pois, seus novos alunos já estão vindo, muita das vezes, com uma bagagem de conhecimento bem maior à que a dele.



Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Maria Elizabeth de. Informática e formação de professores. Brasília: Ministério da Educação, 2000.
BRASIL. Ministério da Educação e Secretaria de Educação a Distância – SEED. Informações e Comunicações: Tecnologias a serviço da educação e da inclusão. Brasília: SEED, 2004.
GADOTTI, Moacir. A boniteza de um sonho: aprender e ensinar com sentido. Abceducatio, Ano III, n. 17, p. 30-33, 2002.
KENSKI, Vani Moreira. O Ensino e os recursos didáticos em uma sociedade cheia de tecnologias. In VEIGA, Ilma P. Alencastro (org). Didática: o Ensino e suas relações. Campinas, SP: Papirus, 1996.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 2000.
MACHADO, Nilson José. Epistemologia e Didática: As concepções de conhecimento e inteligência e a prática docente. São Paulo: Cortez, 1996.
MORIN, Edgar. A religação dos saberes: o desafio do século XXI. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
SILVA, Tomaz Tadeu da e et all. Antropologia do Ciborgue - as vertigens do pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.


Márcio Balbino Cavalcante - Professor e Consultor na área de Educação e de Meio Ambiente. É graduado em Geografia - UEPB; Pós-graduado em Ciências Ambientais - FIP/PB; Coordenador de Projetos Educacionais da Secretaria Municipal de Educação do município de Passa e Fica - RN. Professor de Geografia e Ciências na Escola Estadual Sen. João Câmara, Passa e Fica - RN.

Conceituando as tecnologias digitais de informação e de comunicação


O que entende-se por novas tecnologias digitais? Entendemos por novas tecnologias digitais a aplicação de um conhecimento científico ou técnico, de um “saber como fazer”, de métodos e materiais para a solução de uma dada dificuldade, este texto tratará das Tecnologias de Comunicação e das Tecnologias de Informação como intermediadores do processo de ensino e aprendizagem e como tecnologias mútuas. A Tecnologia de Comunicação designa toda forma de veicular informação. Têm-se como ambiente de veiculação, incluindo desde as mídias mais tradicionais, como os livros, o fax, o telefone, os jornais, o correio, as revistas, o rádio, os vídeos, até as mídias modernas como a informática e a Internet.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

As novas tecnologias na educação

As novas tecnologias trouxeram grande impacto sobre a Educação desenvolvida nos dias atuais. Novas formas de aprendizado foram criadas, a  disseminação do conhecimento está bastante desenvolvido e, especialmente, novas relações entre professor e aluno foram melhoradas.

Nessa era da informaização, podemos perceber claramente que  qualquer informação gerada em qualquer lugar esteja disponível rapidamente para qualquer pessoa em qualquer lugar do globo. A globalização do conhecimento e a simultaneidade da informação são ganhos inestimáveis para a humanidade, e nesse contexto, muito se tem falado, discutido sobre a importância do uso das novas tecnologias na educação.

O grande questionamento é: "como o professor pode utilizar esses recursos em sala de aula"? "de que maneira podemos dispor desses recursos de forma consciente sem estarmos simplesmente "tapando buracos" em nossas aulas?"

Sabemos que o uso das novas tecnologias, especificamente a linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas, solicita constantemente a imaginação e reinveste a afetividade com um papel de mediação primordial no mundo, enquanto que a linguagem escrita desenvolve mais o rigor, a organização, a abstração e a análise lógica.

A meu ver quaisquer tecnologias podem e devem ser utilizadas em sala de aula pelo professor desde que o mesmo tenha conhecimento, saiba manusear e insira determinado conhecimento nos conteúdos que se propõe a ensinar. O mal uso desses recursos também pode ser prejudicial quando há a falta de comprometimento do profissional de educação, ou quando usa apenas para preencher uma lacuna na sua deficiência no ensino, em outras palavras, quando há enrolação ou o uso apenas como tapa buraco.

A sociedade como um todo está submersa em novas tecnologias. Entendo que da mesma forma a tecnologia é a sociedade, ela também faz parte do contexto escolar como uma ferramenta importante de interação entre os sujeitos do processo de ensino e aprendizagem. Sabemos que a escola é um retrato da sociedade com seus desafios, suas conquistas e seus objetivos traçados e a tecnologia tem sido uma grande aliada na conquista dos desafios e na quebra de alguns paradigmas antes intransponíveis.

domingo, 6 de março de 2011

Ensino - teoria e prática

Por: Aparecida Oliveira



Na prática do cotidiano em sala de aula é comum nos depararmos com situações difíceis, com determinantes muitas vezes intransponíveis, humanamente falando. Essas concepções teóricas ajudam o professor na prática pedagógica e fornece subsídios para enfrentar algumas dessas situações. Rogers falava que “por aprendizagem significativa entendo uma aprendizagem que é mais do que uma acumulação de fatos. É uma aprendizagem que provoca uma modificação, quer seja no comportamento do indivíduo, na orientação futura que escolhe ou nas suas atitudes e personalidade. É uma aprendizagem penetrante, que não se limita a um aumento de conhecimentos, mas que penetra profundamente todas as parcelas da sua existência”. Rogers, in Tornar-se Pessoa, 1988, Editora Martins Fontes.

Falando especificamente da metodologia não-diretividade, como um método não estruturante no processo de aprendizagem, pelo qual o professor não interfere diretamente no campo cognitivo e afetivo do aluno, podemos falar, na verdade, que Rogers pressupõe que o professor dirija o estudante às suas próprias experiências, para que, a partir delas, o aluno se autodirija. Para que ocorra essa aprendizagem, condições básicas precisam ser seguidas por ambos os sujeitos nesse processo:

• necessidade de a aprendizagem ser significativa, o que acontece mais facilmente quando as situações são percebidas como problemáticas. Portanto, pode-se dizer que só se aprende aquilo que é necessário, não se pode ensinar diretamente a nenhuma pessoa;
• autenticidade do professor, isto é, a aprendizagem pode ser facilitada se ele for congruente. Isso implica que o professor tenha uma consciência plena das atitudes que assume, sentindo-se receptivo perante seus sentimentos reais, tornando-se uma pessoa real na relação com seus alunos;
• aceitação e compreensão: a aprendizagem significativa é possível se o professor for capaz de aceitar o aluno tal como ele é, compreendendo os sentimentos que este manifesta, pois a aprendizagem autêntica é baseada na aceitação incondicional do outro;
• tendência dos alunos para se afirmarem, isto é, os estudantes que estão em contato real com os problemas da vida procuram aprender, desejam crescer e descobrir, querem criar, o que pressupõe uma confiança básica na pessoa, no seu próprio crescimento;
• a função do professor consistiria no desenvolvimento de uma relação pessoal com seus alunos e do estabelecimento de um clima nas aulas que possibilitasse a realização natural dessas tendências.

Portanto, o professor é um facilitador da aprendizagem significativa, fazendo parte do grupo, e não estando colocado acima dele; este também é um dos pressupostos básicos da teoria de Rogers, ou seja, o aspecto interacional da situação de aprendizagem, visando às relações interpessoais e intergrupais;

• o professor e o aluno são co-responsáveis pela aprendizagem. Não havendo avaliação externa, a auto-avaliação deve ser incentivada; isso implica uma filosofia democrática;
• organização pedagógica flexível.

Mesmo que tentemos esse método para facilitar a aprendizagem, levantam-se muitas questões difíceis. Podemos permitir aos estudantes que entrem em contato com os problemas reais? Toda a nossa cultura procura insistentemente manter os jovens afastados de qualquer contato com os problemas reais. Os jovens não têm que trabalhar, assumir responsabilidades, intervir nos problemas cívicos ou políticos, não têm lugar nos debates das questões internacionais. ...Será possível inverter essa tendência?

Uma outra questão é saber se podemos permitir que o conhecimento se organize no e pelo indivíduo, em vez de ser organizado para o indivíduo. Sob esse aspecto, os professores e os educadores se alinham com os pais e com os dirigentes nacionais para insistirem que os alunos devem ser guiados....

A grande crítica à teoria de Rogers é feita pela utopia que ela implica, sua teoria é idealista, da corrente também denominada de romântica, irrealizável para seus críticos. Porém, na obra rogeriana, são notáveis os seguintes aspectos: o desejo de mudança, a intenção de realização de algo concreto e a preparação da opinião pública para as mudanças possíveis.

Esse modelo não-diretivo não funciona muito quando falamos em alunos que não tem noção alguma de respeito e obediência a leis e normas. Devemos supor que há pessoas boas e ruins, assim como há alunos bons e ruins, será que essa teoria se aplicaria na íntegra no nosso atual sistema de ensino?

Partindo agora de um outro pressuposto, vemos a teoria de Skinner onde ele afirma que há tipo de aprendizagem, que é chamado de "Condicionamento Respondente" (Condicionamento que desempenha pequeno papel na maior parte do comportamento do ser humano e se interessa pouco por ele,por exemplo a dilatação e contração da pupila dos olhos em contato com a mudança da iluminação. Arrepios por causa de ar frio), e o segundo tipo de aprendizagem que Skinner chama de "Condicionamento Operante" (Está relacionado com o comportamento operante que podemos considerar como "voluntário", o comportamento operante inclui todas as coisas que fazemos e que tem efeito sobre nosso mundo exterior ou operam nele como por exemplo dirigir o carro, dar uma tacada na bola de golfe, etc.). Em suma, enquanto que o Comportamento Respondeste é controlado por um estímulo precedente, o Comportamento Operante é controlado por suas conseqüências - estímulos que se seguem à resposta.

Para Skinner, um dos grandes problemas do ensino é o uso do controle aversivo.Embora algumas escolas ainda usem punição física, em geral houve mudanças para medidas não corporais como ridículo, repreensão, sarcasmo, crítica, lição de casa adicional, trabalho forçado, e retirada de privilégios. Exames são usados como ameaça e são destinados principalmente a mostrar o que o estudante não sabe e coagi-lo a estudar. O estudante passa grande parte do seu dia fazendo coisas que não deseja fazer e para as quais não há reforços positivos. Em conseqüência, ele trabalha principalmente para fugir de estimulação aversiva. Faz o que tem a fazer porque o professor detém o poder e autoridade, mas, com o tempo o estudante descobre outros meios de fugir. Ele chega atrasado ou falta, não presta atenção (retirando assim reforçadores do professor), devaneia ou fica se mexendo, esquece o que aprendeu, pode tornar-se agressivo e recusar a obedecer, pode abandonar os estudos quando adquire o direito legal de fazê-lo.

Skinner acredita, que os Professores, em sua maioria, são humanos e não desejam usar controles aversivos. As técnicas aversivas continuam sendo usadas, com toda probabilidade, porque não foram desenvolvidas alternativas eficazes. E ele está certo nisso. Educadores gostam de reforçar o aluno positivamente, exceto os arcaicos, claro, que por falta de opção ou empatia com o aluno aplica ainda esses reforços negativos e punem o aluno de maneira severa.

A instituição de educação foi estabelecida para servir a esse propósito. Certamente estudantes devem ser encorajados a explorar, a fazer perguntas a trabalhar e estudar independentemente para serem criativos. Não se segue daí que essas coisas só possam ser obtidas através de um método de descoberta.

De acordo com Skinner, estudantes não aprendem simplesmente fazendo. Nem aprendem simplesmente por exercício ou prática. A partir apenas de experiência, um estudante provavelmente nada aprende. Simplesmente está em contato com o ambiente não significa que ele o perceberá...

Para ocorrer a aprendizagem devemos reconhecer a resposta, a ocasião em que ocorrem as respostas e as conseqüências da resposta. Skinner acredita que a aplicação de seus métodos à educação é simples e direta. Ensinar é simplesmente o arranjo de contingências de reforço sob as quais estudantes aprendem.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Resenha Crítica

COSTA, Maria H.A. Linguagem como interlocução, aprendizagem como cognição situada.

Resenhado por Aparecida

A visão empregada nesse artigo tem como objetivo central relacionar o dialogismo bakhtiniano e o ponto de vista da cognição situada. Nesse sentido, sustenta que a concepção tradicional de ensino, baseada no cognitivismo clássico, é contrária ou não condiz com a concepção da língua como ação, visto enfatizar o saber teórico abstração em detrimento do conhecimento prático. Tendo em vista o exemplo de atividades voltadas para o ensino de gênero, o conteúdo destas, mostram o gênero como o conjunto de características formais e negam o caráter dinâmico, situado, dialógico da linguagem.
A primeira observação que aponto é entre “o dialogismo de Bakhtin e os PCN´s”, a autora aponta e explicita diversos conceitos do dialogismo bakhtiniano presente nos PCN´s; questões estas relacionadas ao gênero, à interação, à linguagem como diálogo, ao discurso, etc.
A segunda observação está no conjunto - “ ensino ou aprendizagem”. A autora relaciona no decorrer da sua explanação vários questionamentos que norteiam o processo de ensino e aprendizagem, tais como: instrução versus aprendizagem, ensino explícito versus ensino implícito, individual versus social e por último, sistemas estritamente construídos versus sistemas amplamente construídos. Para isso, toma como base autores como Varela (1989), Clark (1996) e, sobretudo Brown e Duguid (1989) , destes dois últimos vale salientar colocações bem oportunas ressaltadas pela autora sobre a questão do ensino e aprendizagem. Um exemplo é a dificuldade em se pautar o ensino pela teoria da aprendizagem situada não residir na impossibilidade de se criarem tecnologias, e sim na necessidade de reconceptualizar, além do conceito de aprendizagem, outras noções dominantes no meio educacional.
Na terceira observação, vemos claramente a questão do ensino como instrução e do gênero como produto; neste a autora a partir de Brown e Duguid, expõe que no trabalho com os gêneros em sala de aula quase sempre, se parte da descrição para se levar o aluno a produzir de acordo com os parâmetros descritos. Mesmo usando-se recursos como os “chamados projetos”. O mais importante neste tipo de ensino, segundo a autora, é a concepção de que a instrução é que garante a aprendizagem. A partir de outras colocações pontuais, a autora faz a análise de várias atividades didáticas que trabalham gênero e mostra através do seu ponto de sua ótica a visão presente nestas atividades. O gênero como conjunto de características formais, como se a linguagem fosse estática.
A autora discute, na última observação, a questão do gênero como processo discursivo e da aprendizagem como apropriação de conhecimento. Nas considerações finais reintera diversos aspectos pontuados no decorrer do artigo e propõe outras atividades possíveis para o trabalho com os gêneros.
O artigo resenhado é um excelente referencial para outros trabalhos com gêneros na perspectiva dialógica de Bakhtin, sob o ponto de vista da cognição situada. E vai mais além. Principalmente, oferece uma rica discussão sobre a prática docente no tocante ao trabalho com os gêneros em sala de aula.

Resenha Crítica sobre Ética

                                                                                                                                          Por: Aparecida



                   Lendo esse texto parei para refletir sobre o que de fato entendemos sobre Ética, que tipos de conceitos têm implícito em nossas mentes sobre o que de fato significa essa palavra tão falada e tão pouco usada.
                  Confesso, pesquisei na internet, vasculhei alguns sites, mas percebi uma coisa: alguns dos sites pesquisados são vagos, trazem uma noção muito superficial do que realmente seja Ética. Penso que no atual contexto verifico que está cada vez mais extinta não só a palavra em si como o real significado que ela representa. Os diversos escândalos envolvendo as pessoas que elegemos para os cargos importantes, toda a sujeira que nos rodeia nos remete a uma questão: o que as pessoas sabem realmente sobre Ética e Moral?
                  A questão é mais ampla. Não é só o significado da palavra que é importante, sabemos qual a definição de Ética: é o ato de refletir antes de agir, o julgamento de nossas ações para sabermos se são boas ou más; é a nossa Consciência Moral, a oportunidade de pensar sobre nossas ações e qual será o impacto delas na nossa vida e na vida das pessoas que nos rodeiam. Está diretamente ligada ao caráter do indivíduo, a Moral que é definida como um conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. Enquanto que a Ética é subjetiva, a Moral é normativa. Designar, denominar... Isso é deveras fácil. Mas será que temos consciência realmente sobre as ações diárias? O que será que nos difere dos demais animais que vivem sobre o planeta terra? E por que será que nós, seres racionais não colocamos em prática esses princípios sempre? Por que será que não pensamos nos nossos atos antes de fazê-los? Simples: somos impulsivos, imediatistas, por que não falarmos, egoístas.
    Costumamos pensar primeiro em nós mesmos para depois pensar nas outras pessoas. Isso é errado? É antiético? Conseguimos mesmo ter esse comportamento altruísta sempre ou somente em determinadas ocasiões? São várias questões que envolvem o ser e o pensar Ético. Muitos inclusive falam que inexiste a questão Ética em nossos dias, tratam-na como utopia, ilusão. O problema é que não costumamos refletir e buscar os “porquês” de nossas escolhas. Agimos por força do hábito, dos costumes e das tradições, impondo como naturais às realidades social, política, econômica e cultural. Mais precisamente não fazemos Ética por que não costumamos criticar nossas ações.
    A Ética não é algo superposto à conduta humana, pois todas as nossas atividades envolvem uma carga moral. Idéias sobre o bem e o mal, o certo e o errado, o permitido e o proibido, o que posso ou não fazer definem a nossa realidade, o que de fato somos.
   Em nossas relações cotidianas estamos sempre diante de problemas do tipo: Devo sempre dizer a verdade ou existem ocasiões em que posso mentir? Será que é correto tomar tal atitude? Devo ajudar um amigo em perigo, mesmo correndo risco de morte? Essas e outras questões nos colocam frente a problemas práticos que aparecem nas relações entre os indivíduos e que geralmente sua possível solução nunca envolve somente uma pessoa, mas sim todo um grupo de pessoas ou uma comunidade.
  “Ninguém é uma ilha”, a existência de um só homem depende de vários... Uma só atitude impensada afeta todos que nos rodeiam. Neste convívio social precisa haver regras, normas que conduzam todos os seres a uma existência pacífica e harmônica. A existência do homem sobre a terra depende dessa completa capacidade de nos interagirmos uns com os outros. Isso de fato é o que para mim significa Ética.